Não tem como começar a intro de outra forma que não essa: Mais uma vez a Netflix entrega algo de qualidade a seus assinantes! No caso, falaremos (um pouco) de Tekken: Bloodline.
Um anime baseado na famosa franquia de jogos de luta de mesmo nome, que há muito tempo reside no coração dos aficionados por fighting games, já tendo rendido inúmeros campeonatos e rankings, a encomenda da parceria com a Bandai Namco, foi muito bem trabalhada pelos Studio Hibari e Larx Entertainment.
Trailer da animação Original Netflix:
O que é
Tekken: Bloodline estreou em 18 de agosto de 2022 na Netflix e passa a compor a prateleira de adaptações audiovisuais em formato anime que é oferecida aos assinantes.
No caso, Tekken: Bloodline é um anime curto (apenas 6 episódios de mais ou menos 20 minutos cada) de resolução clara e direta. Mas não se engane achando que não tem nada além de fanservice, porque você pode perder uma ótima atração.
Antes de continuar, vamos resgatar o que é Tekken! O título pertence a um dos primeiros jogos de luta em 3D na história dos games. Tekken estreou em 1994 nos Arcades e no ano seguinte aterrissou no Playstation 1, onde os jogadores tinham que enfrentar o poderoso e cruel Heihachi Mishima, dono da multinacional Mishima Zaibatsu. A organizadora do primeiro King of Iron Fist Tournament (Rei do Torneio Punho de Ferro), uma competição de luta com um suntuoso prêmio em dinheiro.
Essa premissa simples rendeu uma franquia que possui 7 jogos principais, vários Spin-offs e algumas adaptações para as telas (incluindo essa).
O enredo gira em torno dos acontecimentos de Tekken 3 (principal inspiração para o anime) e acreditamos que os fãs (raiz) perceberão facilmente os detalhes da história que se conectam com os finais dos personagens de Tekken 3.
Sabemos o quão difícil é adaptar um jogo ao formato audiovisual de um filme ou série, ainda mais quando se trata de um jogo de luta (famoso e amado dentro de uma franquia de renome). Outro grande desafio nessa missão complicada é preservar a essência do jogo e manter o público focado nas lutas tal qual a experiência original.
Nesse ponto, precisamos aplaudir os roteiristas que garantiram à adaptação uma qualidade excepcional, apresentando um nível considerável de imersão, principalmente àqueles que conhecem/conheceram o jogo original, ao mesmo tempo em que prende o espectador novato pela curiosidade durante o desenvolvimento da história.
Pela repercussão da animação, acreditamos que as mentes criativas por trás de Tekken: Bloodline entendem o quanto a natureza interativa dos jogos influencia o amor pelo meio. Com isso, os criadores desta série animada da Original Netflix fizeram um trabalho fantástico ao animar sequências poderosas e brutais de lutas dignas do material original.
Se tem um ponto negativo fica por conta da decisão de roteiro em obrigar os espectadores a viver indiretamente APENAS a experiência do personagem Jin Kazama em sua trágica jornada para vingar sua mãe. Claro que gostaríamos de uma série interativa onde poderíamos escolher os personagens e assistir toda sua trajetória até vencer o Torneio do Rei do Punho de Ferro, mas TALVEZ seja demais…
Informações Técnicas
Tekken: Bloodline foi dirigido por Yoshikazu Miyao (A Lâmina do Imortal - Trailer); já a produção ficou por conta de Yuji Miyazaki e Takafumi Fujisawa.
A Dublagem (original em japonês) dos personagens ficou por conta de:
Personagem | Japonês | Dublado por |
---|---|---|
Jin Kazama | Isshin Chiba | Ítalo Luiz |
Heihachi Mishima | Taiten Kusunoki | Antônio Moreno |
Kazuya Mishima | Masanori Shinohara | Glauco Marques |
Hwoarang | Toshiyuki Morikawa | Adrian Tatini |
Ling Xiaoyu | Maaya Sakamoto | Michelle Zampieri |
Paul Phoenix | Hōchū Ōtsuka | Francisco Júnior |
Julia Chang | Seiko Yoshida | Patt Souza |
Nina Williams | Yumi Tōma | Fernanda Bullara |
Leroy Smith | Yasuhiro Kikuchi | Cássius Romero |
Ganryu | Hidenari Ugaki | Vanderlan Mendes |
King II | Masayuki Hirai | Rogério César |
Enredo Base (com poucos Spoilers)
Ambientada durante os eventos do jogo Tekken 3, a história começa com o bullying clássico, onde o garoto franzino (Jin Kazama ainda criança) se vê atacado por uns valentões (provavelmente da escola). Porém, contra todas as expectativas, o garoto franzino se irrita com os comentários sobre sua mãe e amassa todos os valentões sem nem ficar suado.
No entanto, em casa, sua mãe (Jun Kazama) faz o clássico discurso do mestre desapontado, dizendo que ele (Jin) perdeu a luta não contra os garotos, mas contra si mesmo quando não conseguiu controlar sua raiva.
Mais tarde (do nada), um demônio conhecido como Ogre ataca os Kazamas. Jun diz a seu filho para ficar dentro de casa enquanto ela se encarregava de lutar contra a criatura. Incapaz de ver sua mãe apanhando mais que a Videl em Dragon Ball Z, Jin desobedece sua mãe e corre para ajudá-la (sem muito sucesso).
Ele e sua mãe são derrotados por Ogre e Jun desaparece numa grande explosão de gás que levou sua casa pelos ares. Sem escolha, o garoto foi procurar seu avô, a quem sua mãe lhe disse para recorrer se ela não sobrevivesse à luta contra o monstro.
Jim conhece Heihachi Mishima, que o submete a um regime de treinamento brutal (alguns diriam desumano) enfatizando o poder da raiva. Anos depois, Heihachi convoca um Torneio do Punho de Ferro para fazer Jin atrair o famigerado Ogre sob o pretexto de poder vingar a morte de sua mãe.
Um ponto importante a ser destacado é que o roteiro não perdeu tempo em explicar coisas como: Quantos torneios existiram, onde foram realizados, quem venceu e etc. Simplesmente jogam a informação de que aquele não é o primeiro (e o público deduz que os outros se referem aos torneios do Tekken 1 e 2), onde inclusive Jim conhece outros participantes da competição, como o veterano Paul Phoenix.
Veredito Fliperama de Verdade
Composto por uma mistura poderosa de altíssima qualidade entre produção, animação, direção, dublagens e uma tonelada de fan service, Tekken: Bloodline é uma grande surpresa da Netflix, que figura facilmente entre os 10 melhores animes de luta da plataforma, com chances muito altas de conquistar até mesmo quem não é fã da franquia.
Mesmo trazendo alguns “ajustes” em relação aos finais de alguns personagens no jogo (lembre-se de que é uma adaptação e não uma transcrição literal), o anime acabou agregando de forma construtiva diversas situações sem prejudicar em nada a experiência dos espectadores/jogadores.
Claro que fica uma ressalva para a “inserção fora de hora” de alguns personagens que só entram no Torneio do Punho de Ferro em jogos posteriores ao 3, mas foi perfeitamente perdoável.
Como destaque mais do que positivo, principalmente para quem joga ou jogou algum jogo da franquia Tekken, é muito fácil de perceber o cuidado que os animadores tiveram em retratar com fidelidade (e novos ângulos de câmera) os movimentos clássicos de cada um dos personagens do jogo (que dão as caras, é claro)!
Para finalizar, trazemos uma questão boa ou ruim, dependente exclusivamente do seu ponto de vista em relação ao pacing de animes de um modo geral, visto que algumas situações ficam muito estendidas frente a outras que merecem um grau maior de dedicação (e não tiveram). Mas se você é um fã do gênero de luta (em animes), provavelmente desenvolverá um carinho especial por essa bela adaptação (ricamente animada), com um plot clichê mais batido que a cara do Final Boss.
Então, por todos esses pontos, acreditamos que a animação merece:
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Para os interessados de plantão, a Equipe Fliperama de Verdade e convidados, gravamos um podcast sobre outra animação de excelente qualidade produzida pela Netflix: Castlevania:
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