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Review Dragon Age Absolution


Eis que as coisas se repetem novamente! A Netflix lançou uma nova adaptação original sobre um videogame de sucesso que foi muito bem executada pela parceria entre a gigante do streaming, a Bioware e o estúdio sul coreano, Reddog Culture House - caso seja do interesse saber, é o mesmo estúdio responsável por outras grandes atrações como: The Witcher: Lenda do Lobo (2021), Voltron Legendary Defender Motion Comic (2016), Love, Death & Robots (2019) e muitas outras empreitadas de sucesso.


Mas como o assunto é a série e não o estúdio, voltemos nossa atenção para Dragon Age Absolution ou Absolvição (título em PT-BR que convenhamos, não tem nada a ver com o título original e nem com a atração em si). Desse ponto para frente mencionaremos a atração como DAA para facilitar a digitação, ok?


Apesar de não ter alcançado o mesmo nível de sucesso das outras animações Originais Netflix predecessoras (em termo de quantidade de visualizações), temos alguns argumentos tanto para o bem quanto para o mal, que talvez justifiquem seu desempenho não tão bom assim.


Mas independente de nossa impressão a respeito de DAA, certamente é uma atração que deve constar na MINHA LISTA de cada um que gosta primeiramente de animação (desenho), do tema medieval, do assunto Dragon Age, dos jogos da franquia ou simplesmente seja um entusiasta de uma de fantasia ou fã desse gênero de RPG.


Então, ficou curioso pra saber o que achamos desse anime original Netflix? Continua com a gente para saber um pouco mais sobre o universo de Dragon Age e tirar suas conclusões logo depois que assistir aos curtíssimos 6 episódios da série.


Trailer de Dragon Age Absolution:


A Franquia dos Jogos

Dragon Age é um cenário complexo e altamente carregado de um "lore" muito particular para um jogo de videogame desenvolvido pela Bioware e lançado sob o título de Dragon Age: Origins no distante ano de 2009, ganhando uma expansão chamada Awakening em 2011, recebendo seu 2º título (sequência) oficialmente chamado de Dragon Age 2 em 2011 e é claro, o último jogo da franquia, o aclamado Dragon Age Inquisition, lançado em 2014 e sendo o grande vencedor do TGA do mesmo ano nas categorias de Melhor Jogo de RPG e Jogo do ano. Mas não acaba aí!


A desenvolvedora Bioware pretende lançar ainda em 2023 a nova sequência de Dragon Age, batizada de Dreadwolf com versões para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Só que Dreadwolf será assunto para outra matéria num futuro breve (continue acompanhando as novidades com a gente).

Depois dessa visão macro, vamos recapitular superficialmente os acontecimentos da franquia Dragon Age para então mergulhar em nossas impressões sobre DAA.


Dragon Age Origins

O título original se passa no continente de Thedas, onde o jogador é apresentado ao reino de Ferelden, um lugar mergulhado em guerras por todos os lados. Os conflitos entre reinos disputam a atenção da nobreza, administrando as ameaças externas e as internas, já que precisam lidar com confrontos entre os humanos e outras raças. Quando não é isso, resume-se a uma guerra generalizada pela sobrevivência. Já que todos precisam honrar os juramentos do passado, se unindo à causa dos Grey Wardens para lutar contra os monstros infectados pela praga (Blight). Essas criaturas, chamadas de Darkspawns, são os inimigos fundamentais da história que leva o jogador a derrotar um espírito das trevas na forma de um dragão pustulento, “conhecido” pela alcunha de Archdemon e se transformar no Líder dos Grey Wardens (conhecidos por serem os eterno vigilantes do mundo, convocando as forças de todos os reinos para suprimir as Blights, que ocorrem mais ou menos a cada centena de anos) - É importante ressaltar que o “lore” do jogo não deixa claro se todo dragão é um archdemon nem se todo archdemon tem a forma de um dragão.


Trailer de Dragon Age Origins:


Dragon Age 2

O Segundo jogo se passa no caos político em que está mergulhado o cenário de Kirkwall, o jogador assume a pele de Hawke, um nativo de Ferelden cuja família fugiu de Lothering durante a 5ª Blight (ocorrida durante os eventos do primeiro jogo). O enredo do jogo leva a escolhas que marcam a trajetória do personagem principal em busca de sobrevivência e é claro, mostrando sua escalada social, culminando numa ascensão meteórica ao poder e ao título heróico de Campeão de Kirkwall.


Trailer de Dragon Age 2:


Dragon Age Inquisition

O terceiro jogo tem início um ano após os eventos de Dragon Age II. Orlais está imersa numa guerra civil que ameaça a tranquilidade no sul de Thedas.


Para piorar as coisas, o Círculo dos Magos se rebelou contra os Templários numa tentativa de conquistar sua independência. Claro que isso resulta numa guerra de proporções monstruosas. A última tentativa de paz convocou o Conclave Divino, que se trata de um comitê com os embaixadores dos Templários e dos Magos Rebeldes buscando o fim do conflito. No entanto, uma explosão atinge o Templo das Cinzas Sagradas, onde ocorre o Conclave, matando (quase) todos no local e criando um rasgo no céu chamado de A BRECHA. Essa fenda acaba se revelando um problema sério, já que permitiu a invasão de Thedas por diversos demônios.


O personagem do jogador é o único sobrevivente dessa explosão e recebe A ÂNCORA, uma marca especial que pode fechar as tais brechas. Esse poder com a habilidade de fechar as brechas faz o protagonista ser aclamado por muitos como um tipo de messias, mais especificamente o Arauto de Andraste.


Paralelo a isso, ocorre a recriação da Inquisição, uma organização independente que tem a sanção de ninguém menos que a Divina Justinia V, líder da Chantry que demanda a restauração da ordem em Thedas. O jogador começa o jogo fazendo parte da inquisição e ao longo das missões, acaba subindo de posto até virar o grande líder conhecido como O Inquisidor.


Trailer de Dragon Age Inquisition:


A animação da Netflix - Análise

Nossa análise não traz spoilers e não menciona qualquer personagem, local ou evento em particular. Nesse ponto é mais inofensivo que o trailer da série. Mas ainda assim, recomendamos que você assista antes de ler nossa análise.


Avisos dados, vejamos o que a galera do Fliperama de Verdade tem a dizer sobre DAA que vá além de reforçar a opinião de que se trata de uma linda e muito bem animada atração original Netflix que adapta (com relativo êxito) uma das grandes franquias de sucesso do mundo dos games, entregando ao espectador uma combinação muito bem entrelaçada de áudio e vídeo, muito bem amarrada por um enredo que, ao contrário do que se espera, é apenas mediano. Mas longe de ser incompetente, já que entrega tudo o que promete.


Sempre vale destacar o (super) ponto positivo referente à dublagem da animação, que é um espetáculo à parte tanto no original em inglês quanto em PT-BR. Voltando a falar do enredo em relação à densidade do "lore" da franquia, infelizmente DAA não cruza a linha do “ok”.


O enredo vem com baixas aspirações, trazendo uma densidade média, sabe disso e não promete mais do que consegue entregar (o que de certa forma é bom). Mas por outro lado, deixa o espectador numa região não tão confortável, já que é natural esperar que a trama ouse mais. Ainda mais quando se trata de Dragon Age, onde as coisas se desdobram de uma forma que é fácil alçar voo e alcançar resultados possíveis apenas para aos jogos e às animações.


Entre os pontos negativos, trazemos o fato da série animada não ter duração suficiente para entregar sequer um terço da complexidade e profundidade de todos os assuntos que os jogos trazem, dificultando muito a imersão do espectador médio (6 episódios de pouco menos de 30 minutos é muito menos do que o necessário).


Entre todos os possíveis problemas decorrentes desse “rush”, um é muito presente: A inexistência de tempo, conexão, feitos e realizações suficientes para se apegar a um personagem ou mesmo sentir sua falta quando ele morre ou vai embora.


Fora isso, o andamento da trama dá saltos inesperados, atiçando a curiosidade do espectador e deixando algumas dessas coisas acontecerem ou serem finalizadas fora da tela. Quando não é isso, os eventos se desdobram rápido demais ou desnecessariamente lentos demais sem necessidade, mostrando um problema claro de “pacing”.


Para quem estava esperando que pelo menos a Netflix tivesse caprichado nos tão amados plot twists, é com pesar que informamos que ESSE aspecto (intimamente ligado à execução dos pontos descritos acima) certamente se revela menos impactantes e surpreendentes do que foram imaginados pelos escritores.


Informação Técnica

Apesar de disponibilizarmos abaixo algumas das informações sobre direção e roteiro, você pode encontrar ainda mais conteúdo técnico sobre DAA por meio do banner abaixo.

Diretores

Ki-Yong Bae (6 episódios, 2022) Mairghread Scott (1 episódio, 2022);

Roteiristas

Mae Catt, 2 episódios;

Tim Sheridan, 2 episódios;

Mairghread Scott, 1 episódio;


Veredito

Apesar do que parece, não estamos falando mal da atração!


Não é porque a Netflix deixou de entregar alguns aspectos importantes do universo de Dragon Age que o enredo deixou as melhores partes de fora, certo? Então vamos entender de um jeito rápido e fácil essa receita de roteiro que já pode ser chamada de O Novo Normal, já que é recorrente na maioria das séries adaptadas de franquias de jogos de uns 4 anos para cá.


Entre todos os motivos para a adoção desse novo padrão, acreditamos que o motivo mais presente e justificável seja o medo de não atingir números significativos de audiência.

Então, a tesoura do corte é invocada de forma quase abusiva para eliminar quase todo o peso do “lore”, que é justamente aquilo que faz os jogos serem o que são.


Então, quando as animações são lançadas num formato curto, como no caso de DAA, com apenas 6 episódios de 30 minutos, uma quantidade absurda de aspectos sociais como idioma, cultura, religião, tolerâncias, preconceitos, rixas e rusgas históricas são atropelados deixando tudo raso demais. Essa desconsideração de todo o peso do passado das cidades e regiões, do registro histórico das maldades, vilões e suas origens, tanto quanto dos nomes dos grandes heróis, seus feitos e quais divindades são honradas na franquia, entregam apenas o básico para que, a primeira temporada seja agradável o suficiente (a qualquer pessoa que assista à série de forma despretensiosa) tendo mais chance de alcançar números aceitáveis que justifiquem uma renovação ou nova temporada. O que se acontecer, talvez o roteiro finalmente passe a entregar mais “lore” e consequentemente imersão de forma homeopática quase imperceptível, já que precisará respeitar o padrão de X episódios curtos encomendados pela primeira temporada.


Sendo assim, a ausência desse volume de informação afeta diretamente a caça aos “easter eggs” que todo fã adora fazer em todas as séries. Mas, calma! Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que isso é uma questão que afeta diretamente APENAS aos fãs da franquia de jogos, já que o espectador médio (maioria dos assinantes) recebe a carga de "background" e “Dragon Age lore” necessária à compressão de tudo que será mostrado durante a atração, quase como se o espectador fosse um cidadão comum do continente de Thedas.


Sobre o peso da animação, não se iluda com a falsa pobreza de detalhes, já que a atração da Netflix foi lançada sob a classificação indicativa de 16 anos. Mas calma! Essa classificação não tem nada a ver com violência de batalhas campais ou o resultado dos efeitos mágicos explodindo no cenário fazendo chover sangue. A idade sugerida vem atrelada diretamente à questão dos romances sempre presentes na franquia Dragon Age, que permite interação entre os membros do grupo de aventureiros - que é um fator interessante a todos os jogadores que gostam do “lore” de cada personagem, saber quem são, de onde vieram, o que esperam e o quanto estão ligados ao fim da aventura.


Em DAA, diferente do que acontece nos jogos, a tensão entre os personagens é constante e quase irritante, até que 2 beijos (anunciados e esperados desde o primeiro episódio) preenchem a tela de forma alternada e distinta mostrando dois casais dentro dos novos padrões de uma produção original Netflix. Para quem não entendeu, o enredo de DAA ergue sem medo nenhum a “bandeira das minorias” da mesma forma que o faz em todas suas produções recentes. Servindo de palco político semi-velado para empurrar goela abaixo mais e mais desse conteúdo a quem quer que assine o serviço - assim como tudo na vida, encontramos gente que gosta, gente que não gosta e gente que simplesmente não se importa com o tipo de conteúdo apresentado. Nós do Fliperama de Verdade estamos aqui para avisar sobre o quê a atração oferece, cabendo a você, decidir se vai assistir ou não!


Para finalizar nossa experiência com DAA ao mesmo tempo que lidamos com a leve frustração em relação à baixa carga de conteúdos importados da franquia dos jogos, somos obrigados a aceitar que DAA é uma atração construída de forma eficiente visando encerrar em si mesma uma quantidade mínima de “lore” para não sobrecarregar o espectador médio, alcançando uma eficácia mediana que entrega absolutamente tudo o que promete, sendo previsível quando se propõe a ser e trazendo viradas de roteiro totalmente adequadas à classificação indicativa, deixando o espectador com uma atração leve e fácil de degustar enquanto se aprende a gostar desse universo de Dragon Age.


Sendo assim, é justamente por isso que para nós, DAA é uma atração que:

Gostou dessa matéria e quer mais? Continue acompanhando o Fliperama de Verdade no site e nas nossas redes sociais @fliperamadv.


Para os interessados de plantão, a Equipe Fliperama de Verdade e convidados, gravamos um podcast sobre outra animação que está fazendo muitos fãs ficarem extasiados com uma produção de alta qualidade. Estamos falando de Castlevania produzido pelo Netflix:


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