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Review Caça-Fantasmas Mais Além

Ainda bem que não vivemos num mundo cheio de fantasmas que saem debaixo da cama ou atravessam as paredes de nossas casas, bagunçam nossos armários ou comem a infraestrutura de nossas cidades, certo? Por isso não precisamos ligar para os Caça-Fantasmas.


Para quem não sabe, o novo filme da franquia, batizado de Caça-Fantasmas Mais Além (Ghostbusters Afterlife) aqui no Brasil, não é nenhum tipo de reboot. A produção é uma sequência direta dos eventos decorridos do enredo dos filmes da década de 1980.


Quer saber um pouco mais? Continua lendo que a gente avisa quando chegarem os spoilers…


O que é?

Os Caça-Fantasmas de Jason Reitman, subtitulado no Brasil como Mais Além, é um filme tratado com muito carinho pelo diretor e sua equipe. Sendo filho do diretor dos dois filmes originais, Ivan Reitman, Jason faz uma grande homenagem às obras de seu pai, inundando seu filme de nostalgia, raios de prótons e da boa e velha sirene do Ecto1 gritando por onde quer que passe. Enquanto consegue realizar a suspensão da descrença de forma natural ao entregar as cenas que constroem a nova equipe de caçadores. Tá certo que sentimos falta de um certo fantasma, mas isso a gente fala daqui a pouco.


Para quem é o filme?

Quando os Caça-Fantasmas originais vieram à luz do cinema, depois ao VHS e por fim à TV aberta, é bom possível que o primeiro contato com o filme não tenha deixado bem claro ao espectador que ele assistiria uma comédia. Mas isso foi resolvido em poucos minutos, recheados do humor característico daquela época (tanto para o primeiro quanto para o segundo filme).


Caça-Fantasmas trouxe cenas protagonizadas por Bill Murray e Dan Aykroyd misturadas a pequenos e suaves projetos de scare jump temperados com muito sarcasmo e efeitos especiais que se tornaram marca registrada daquela franquia cheia de fantasmas muito bem feitos (para a época), raios luminosos dos feixe de prótons e das armadilhas para fantasmas e por fim daquele carro que só os Caça-Fantasmas tinham. Criando um sentimento único de apego à obra que só quem viveu aquele momento é capaz de entender.


Sendo assim, é muito provável que o diretor Jason Reitman tenha vivido uma experiência muito mais intensa e marcante já que estava imerso na obra de seu pai, tendo conhecido os heróis, vestido seu próprio macacão de Caça-Fantasma, visto e usado os equipamentos, andado no Ecto1, visitado os sets de filmagem e tudo isso aos cinco anos de idade.


Levando isso em consideração, afirmamos que, Caça-Fantasmas Mais Além está muito longe de ser marcante como o primeiro filme da franquia (levando em consideração a evolução do mercado cinematográfico desde o primeiro filme da franquia e o nível de exigência da geração atual de espectadores), porém, após assistir ao filme, fica claro que Reitman não tentou inovar, mudar, aperfeiçoar ou elevar o filme a patamares que não condizem com sua proposta. Mas simplesmente se valer da estrutura apresentada por seu pai, atualizar os personagens e introduzir uma história semelhante à original. Tudo para que possa dirigir um filme que conta de forma discreta como ele se sentiu no meio daquela franquia enquanto era criança. Cobrindo esse pano de fundo com uma enxurrada de fanservices e, entregando um verdadeiro presente que merece ser apreciado por toda a família.


Trailer do Filme:


Sobre o que fala o filme?

Caça-Fantasmas Mais Além, traz inicialmente um arco de história clássico, que se passa 30 anos após os eventos do filme de 1989. Trazendo o drama de uma família monoparental (chefiada pela mãe) falida sendo despejada de sua casa para acabar sendo “salva” por uma herança apresentada como indesejada, inesperada e dolorosa.


Obrigados a se mudar para uma fazenda abandonada em Summerville, uma cidadezinha do interior de Oklahoma, descobrem que a propriedade está longe de ser a solução de seus problemas. Trazendo várias dívidas e tralhas velhas. A família precisa descobrir se existe algo que valha alguma para vender a fim de amenizar os problemas enquanto se adaptam à nova realidade. A mãe precisa se encaixar de forma produtiva na sociedade enquanto as crianças sobrevivem à nova escola e descobrem (de forma quase coincidente) cada vez mais sobre quem era esse avô excêntrico.


A transição para a estrutura base do primeiro filme ocorre de maneira natural, quando a caçula descobre o equipamento de seu avô, se vê motivada por ele e seu professor de ciência a descobrir cada vez mais. Num experimento para verificar a autenticidade de um item, o Phoebe, Podcast e o Senhor Grooberson e libertam o primeiro fantasma desencadeando todo o processo apocalíptico do retorno de Gozer, que rapidamente se torna o enredo principal do filme, trazendo de volta (de uma forma diferente) toda a essência dos Caça-Fantasmas em seu auge.


Enxurrada de Spoilers a frente!

Quem assistiu aos filmes da década de 1980 (ou para quem lembra, conhece e/ou gosta da franquia), vai ser fácil de encontrar muitos elementos narrativos similares aos dos filmes originais. Mas a grande sacada de Jason Reitman não reside apenas nisso. O diretor começa o filme mostrando (sem mostrar) o personagem de Harold Ramis deixando claro seu destino assim como na vida real.


Esse é o pilar principal da trama familiar, visto que Ramis interpretava Egon Spengler. Deixando subentendido que é o pai desnaturado de Callie (Carrie Coon), que a abandonou por razões egoístas. Ponto que é constantemente contraposto ao longo do filme em grande parte das cenas com Phoebe (Mckenna Grace). Depois disso, vemos o arco de descoberta do passado da fazenda, de quem morava lá, dos equipamentos e do que está na garagem. Surge então a cena do retorno do Ecto1, aquele carro funerário movido a energia nuclear, todo enferrujado e empoeirado sendo consertado por Trevor (Finn Wolfhard), um garoto que não tem a menor ideia do que está fazendo, mas parece dar conta do serviço.


Não longe dali Phoebe, Podcast e o senhor Grooberson se esforçam para desvendar o legado dos Caça-Fantasmas. Ficando claro que a menina herdou toda a genialidade do avô, ao ponto de reparar e de certa forma aprimorar os equipamentos que estavam na oficina. Depois de alguns testes a menina se torna (não oficialmente) a primeira nova Caça-Fantasma ao sair disparando seu feixe de prótons em busca do fantasma devorador de tudo que é físico, enquanto longe dali, as forças ocultas davam início ao processo de retorno de Gozer, que precisava fazer com que seus cães gigantescos possuem os corpos de 2 humanos. no caso, os personagens convenientemente encaixados na trama eram Callie e Grooberson (Carrie Coon e Paul Rudd respectivamente) que deviam se unir carnalmente para abrir a passagem para o Gozer (exatamente como ocorrido no primeiro filme entre os personagens de Rick Moranis e Sigourney Weaver).


Voltando rapidamente a falar sobre o fantasma que come tudo, acredito que muitas pessoas estavam esperando rever o Geléia, que ficou muito famoso nos desenhos animados como um tipo de pet sobrenatural da equipe. Mas infelizmente a produção não encaixou o melequento verde e esfomeado nessa sequência, optando por um fantasma menos carismático, azul e com um apetite um tanto quando variado, visto que ele comia literalmente de tudo.


Depois do caos instalado em Summerville, o grupo consegue atrasar um pouco a inda de Gozer libertando Callie de dentro do cachorrão e atraindo os vilões do filme para a fazenda abandonada, que à essa altura já sabemos que foi projetada por Egon para ser uma grande armadilha de fantasmas com um fim específico: Livrar o mundo do mal trazido por Gozer de uma vez por todas.


Para entregar um fechamento perfeito de arco, passando o bastão para a nova geração de Caça-Fantasmas, o diretor presenteia o espectador com uma cena cheia de feixes de prótons misturando os raios com os sentimentos dos espectadores, trazendo nostalgia e risos ao mostrar os verdadeiros Caça-fantasmas. Somando isso a uma sequência de cenas clichês que realmente funcionam, o arrepio vem fácil junto a algumas lágrimas que enchem os olhos com a belíssima homenagem a Harold Ramis. Vale lembrar que o diretor Jason Reitman não poderia deixar de utilizar desse recurso tão carimbado pela Marvel, né? Então a resposta é sim. Caça-Fantasmas Mais Além, tem algo mais depois das letrinhas (apesar de não ser tão importante, é bom prestigiar).

Fim da torrente de Spoilers.


Informação Técnica

Direção: Jason Reitman;

Roteiristas: Gil Kenan, Jason Reitman e Dan Aykroyd (baseado no roteiro do filme Os Caça-Fantasmas de 1984, escrito por Dan Aykroyd e Harold Ramis).

Elenco Principal:

Para mais informações a respeito do elenco completo do filme, recomendamos que acesse a página sobre Caça-Fantasmas Mais Além no IMDB.


Veredito

O filme não é uma primazia do cinema, não é o melhor filme de efeitos especiais que existe, não traz os fantasmas mais realistas da história do cinema e não tem o elenco mais espetacular do mundo. Mas é tão bom, com um diálogo tão fluido e inteligente (dentro daquele universo daqueles personagens - as piadas de Phoebe - Mckenna Grace, que o digam, rsrs), que o diretor pisa em ovos sem quebrá-los.


Jason Reitman entrega um filme cativante que, faz da forma correta aquilo que Star Wars Episódio VII não conseguiu fazer. Ser uma sequência herdada, nos moldes de um filme antecessor, sendo mais emocionante e melhor que o primeiro.


Tanto que, quando o filme termina, você deseja mais conteúdo daquele universo, mas não sobre os mini Stay Pufts de Marshmallow ou sobre Zuul, Gozer ou qualquer um dos males nomeados, mas do que aconteceu com os heróis, com as crianças, os antigos coadjuvantes e principalmente como ficará a reforma do Ecto1 prometida pelo agora bem sucedido Winston Zeddemore (Ernie Hudson).


O filme de Jason Reitman reacende com sucesso a mitologia dos Caça-Fantasmas, abrindo um novo caminho para novas aventuras e muito potencial para crossmedia e merchandising. Por isso, a equipe Fliperama de Verdade acredita que o filme...

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